Festa do Samba

Festa do Samba

Instrumentos do Samba

O samba é tocado basicamente por instrumentos de percussão e acompanhado por instrumentos de corda. Em vertentes como o samba-exaltação e o samba-de-gafieira, foram acrescentados instrumentos de sopro.



Abram alas para o desfile de instrumentos do samba!
Surdo: de surdo, na verdade, ele não tem nada. Tipo de tambor grande, que fica pendurado no pescoço do músico, esse instrumento sabe muito bem o que é barulho.
Quando todas as alas das escolas de samba estão prontas para entrar na passarela, nos desfiles de Carnaval, é ele que dá a primeira batida. E depois o músico continua batendo, ora com uma baqueta, ora com a mão.
Como uma espécie de coração, o surdo marca a pulsação da música e mantém o ritmo até o fim do desfile.


O surdo é um exemplo de interculturalidade no samba,pois foi criado em África,mais precisamente no Senegal, e foi trazido para o Brazil pelos escravos africanos que vieram forçados pelos portugueses para trabalharem no negócio do açucar.


Tan-tan: pelo nome, a gente já sabe o som que ele faz. O tan-tan é um outro tipo de tambor, fino e comprido, bem parecido com um atabaque.
Fica apoiado na cintura. Para tocá-lo, o músico bate com a palma da mão, sem encostar os dedos, marcando o ritmo no pagode e na escola de samba. Este instrumento foi criado no Brazil,por isso não há interculturalidades.




Tamborim: seu "telecoteco" chama atenção no meio da música. É o instrumento menor e de som mais agudo da família dos tambores.
Diferente do tan-tan e do surdo, ele não serve para manter o ritmo do samba. O que importa é a criatividade do músico na hora de usar a baqueta.



O tamborim é de origem africana e podemos encontrá-los em orquestras de músicas eruditas.





Pandeiro: quando a gente pensa em samba logo imagina um pandeiro. Além do som da mão batendo na membrana, ele solta um barulho gostoso com o balanço das soalhas (argolas que ficam presas em volta).

O pandeiro é a maior referência da música brasileira especialmente do samba.Este instrumento tem origem árabe, passando por Itália e Espanha, até chegar aos trópicos.



Reco-reco: construir um reco-reco é muito fácil. Basta pegar um pedaço de bambu e abrir vários cortes, um do lado do outro. Tocar também não exige muito esforço: é só passar uma vareta pelos cortes fazendo o "reco-reco, reco-reco". Com esse ruído repetitivo, o som da bateria de escola de samba fica forte e encorpado.

O reco-reco veio da Angola, onde era utilizado na capoeira.



Violão: esse você deve conhecer bem, é usado em todo tipo de música. Nas rodas de samba, suas seis cordas dedilhadas fazem a música ganhar melodia.

O violão é de origem europeia, à pouco tempo descobriu-se que na antiga Babilónia já existia um instrumento musical muito semelhante ao violão da actualidade.


Cavaquinho Brasileiro: parece um violão pequeno, mas só tem quatro cordas e o som é mais agudo.O cavaquinho brasileiro é de origem portuguesa, sofreu modificações na Madeira e desenvolveu-se no Brazil até chegar à forma que tem hoje.

Bandolim: pequeno como o cavaquinho, esse instrumento tem quatro cordas duplas e é tocado com um palheta.

O bandolim foi criado na Itália no século XVI.



Cuíca: é o instrumentos mais misterioso do samba. Parece um tambor, mas o som (semelhante a uma risada) é produzido pela mão que fica por dentro do instrumento.
Lá dentro há apenas uma vareta que, esfregada com um pano molhado, vibra e faz a membrana (do tambor) vibrar também. Do lado de fora, a outra mão do músico vai controlando as notas musicais com a ponta dos dedos.Na cuíca usada no samba a uníca coisa que a difere dos tambores de fricção europeus é a haste que foi colocada no seu interior.

Introdução

O samba é um gênero musical e um tipo de dança de raízes africanas surgido no Brasil e é tido como o ritmo nacional por excelência. Considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras, o samba se transformou em símbolo de identidade nacional.[1][2]
Dentre suas características originais, está uma forma de dançar acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano[3] e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que migraram da Bahia e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, que em 2005 se tornou um Patrimônio da Humanidade da Unesco,[4][5], foi uma das bases para o samba carioca.
Apesar do samba existir em todo o país - especialmente nos Estados da Bahia, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo - sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero é uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde de fato nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi no Rio de Janeiro que a dança praticada pelos escravos baianos migrados entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular e criando o samba carioca urbano e carnavalesco.
Durante a década de 1910, foram gravadas algumas composições sob a denominação de samba, mas estas gravações não alcançaram grande repercussão. No entanto, em 1917, foi gravado em disco "Pelo Telefone", aquele que é considerado o primeiro samba. A canção tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos, o Donga, com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. Na verdade, "Pelo Telefone" era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, mas acabou registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional.[6]
"Pelo Telefone" foi a primeira composição a alcançar sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, o samba começou a se espalhar pelo país, inicialmente associado ao carnaval e posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical. Surgiram muitos compositores como Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô, mas os sambas destes compositores eram amaxixados, conhecidos como sambas-maxixe.
Os contornos modernos do sambam viriam somente no final da década de 1920, a partir das inovações de um grupo de compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio de Sá e Osvaldo Cruz, e dos morros da Mangueira, Salgueiro e São Carlos. Desde então, surgiriam grandes nomes do samba, entre alguns como Ismael Silva, Cartola, Ari Barroso, Noel Rosa, Ataulfo Alves, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Zé Kéti, Ciro Monteiro, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, entre muitos outros.
A medida que o samba se consolidava como uma expressão urbana e moderna, ele passou a ser tocado nas rádios, se espalhando pelos morros cariocas e bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Inicialmente criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, o samba conquistaria o público de classe média também.
Derivadas do samba, outras formas musicais ganharam denominações próprias, como o samba de gafieira, o samba enredo, o samba de breque, o samba-canção, o samba-rock, o partido alto, o pagode, entre outros. Em 2007, o Iphan declarou o samba um Patrimônio Cultural do Brasil.[7][8]
O samba, além de ser o gênero musical mais popular no Brasil, é muito conhecido no exterior e está associado - assim como o futebol e o carnaval - ao país. Esta estória começou com o sucesso internacional de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, seguiu com Carmen Miranda (apoiada pelo governo Getúlio Vargas e a política da boa vizinhança norte-americana), que levou o samba para os Estados Unidos, passou ainda pela bossa nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário mundial da música. O sucesso do samba na Europa e no Japão apenas confirma sua capacidade de conquistar fãs, independente do idioma. Atualmente, há centenas de escolas de samba constituídas em solo europeu (espalhada por países como Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Suécia, Suíça). Já no Japão, as gravadoras investem maciçamente no lançamento de antigos discos de sambistas consagrados, que acabou por criar um mercado formado apenas por catálogos de gravadoras japonesas.[9]
O samba moderno surgido a partir do início do século XX tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado, com aproveitamento consciente das possibilidades dos estribilhos
cantados ao som de palmas e ritmo batucado, e aos quais seriam acrescentados uma ou mais partes, ou estâncias, de versos declamatórios.[10] Tradicionalmente, o samba é tocado por instrumentos de corda (cavaquinho brasileiro[instrumento de origem portuguesa e influência desempenhada pela Madeira] vários tipos violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim. Por influência das orquestras norte-americanas em voga a partir da Segunda Guerra Mundial, e pelo impacto cultural da música dos EUA no pós-guerra, passaram a ser utilizados também instrumentos como trombones e trompetes, e, por influência do choro, flauta e clarineta.
Além de ritmo e compasso definidos musicalmente, traz historicamente em seu bojo toda uma cultura de comidas (pratos específicos para ocasiões), danças variadas[11] (miudinho, coco, samba de roda, pernada), festas, roupas (sapato bico fino, camisa de linho etc), e ainda a pintura naif, de nomes consagrados como Nelson Sargento, Guilherme de Brito e Heitor dos Prazeres, além de artistas anônimos das comunidades (pintores, escultores, desenhistas e estilistas) que confeccionam as roupas, fantasias, alegorias carnavalescas e os carros abre-alas das escolas de samba.[1]
O Dia Nacional do Samba é comemorado em 2 de dezembro. A data foi criada por iniciativa de um vereador de Salvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary Barroso, que havia composto "Na Baixa do Sapateiro" embora sem ter conhecido a Bahia. Assim, 2 de dezembro marcou a primeira visita de Ary Barroso a Salvador. Inicialmente, o Dia do Samba era comemorado apenas em Salvador, mas acabou transformado em data nacional.[12][13]

Curiosidades do Samba

1. História
2 O samba resiste
3 Outras designações para samba